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Exposição: Diálogos e Transgressões


“Ser oprimido significa a ausência de escolhas”. bell hooks

Com a curadoria de Luciara Ribeiro, o Sesc Santo Amaro inaugurou  no dia 18/11/17 a exposição “Diálogos e Transgressões – Reflexão sobre a relação entre arte, ativismo e educação, através de ações em busca da promoção de rupturas”. A mostra é inspirada nas obras da intelectual “afro estadunidense” bell hooks, que apresenta uma proposta radical de educação, orientada enquanto prática de liberdade e para a liberdade.

A exposição conta com as obras da “Rádio Yandê”, com o “Coletivo Afro-Escola”, com a série fotográfica “Aceita?, de Moisés Patrício; com a série de “Provérbios em língua Maya” produzido por Edgar Calel; com a obra/instalação de Talita Rocha e do coletivo “Visto Permanente”; com as obras de Bianca Leite; e com os trabalhos dos coletivos “Mapa Xilográfico” ,”Cidade Queer” e “Kilombagem”.

O Kilombagem expõe um breve resumo dos seus 14 anos de luta no enfretamento ao racismo, genocídio do povo preto, violência policial e encarceramento, através de vídeo áudio com imagens de seminários, cursos, palestras, grupos de estudos, atos/manifestações e atividades culturais realizadas pelo coletivo.

Local: Sesc Santo Amaro – R. Amador Bueno, 505 – Santo Amaro, SP – Espaço das Artes (1º andar).

Dias e horários:

18/11 a 18/02: Sábados e Domingos das 11h às 18h.

21/11 a 16/02: Terças a Sexta das 10h30 às 21h.

Entrada Gratuita

[su_note note_color=”#08ac31″] Mais Informações : Sescsp.org [/su_note]

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Nota Pública sobre Perseguições e Ameaças Contra Militantes do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica de São Paulo.

“Os moradores dos morros, desde o fim da escravidão, criaram inúmeros grupos que se organizavam em vários níveis, objetivando fins diversos. Dentro da situação social concreta em que se encontrava, que era o da marginalidade, o negro do morro, favelado, tinha de organizar-se para que, dentro da situação que lhe impuseram, pudesse sobreviver e praticar uma série de atividades que o preservariam de um estado de anomia total.” Clovis Moura, in Sociologia do Negro Brasileiro

Tornamos público através desta, ameaças e perseguições sofridas nos últimos meses contra militantes que compõem o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica de São Paulo, uma frente ampla de denúncia contra a violência do Estado dirigida a população negra pobre e periférica, composta por diversas organizações, movimentos populares e movimento negro. O aumento da violência contra a população preta, sobretudo no ano de 2012, onde mais de cinco mil pessoas foram mortas (executadas), é reflexo do projeto Genocida do Estado brasileiro, que historicamente condenou essa população. Sabemos que a repressão aos movimentos sociais e a seus militantes faz parte desse processo e é por isso que nós militantes que diariamente convivemos com a violência instaurada pelo Estado nas periferias, viemos tornar público ameaças e perseguições pelas quais alguns de nós estamos passando.

No dia 22 de agosto, realizamos em São Paulo a versão regional da Marcha Nacional Contra o Genocídio da População Negra, cujo foco foi denunciar o alto índice de mortes letais (genocídio) da juventude preta e se posicionar contra a militarização dos órgãos públicos da cidade como, por exemplo, a Câmara Municipal, que abriga parlamentares ligados ao universo militar. Durante a concentração do ato, em frente ao Teatro Municipal – região central da cidade, nos deparamos com vários policiais portando máquinas fotográficas e câmeras digitais, registrando imagens dos participantes. Notamos que a partir desta ocasião, alguns dos militantes do Comitê passaram a perceber ameaças. Na mesma noite do ato, um jovem negro que seguia sozinho para metrô (morador de periferia e integrante do movimento Hip- Hop) foi abordado por dois policiais após a dispersão da Marcha. Durante a abordagem policial, ele quase foi atropelado por uma viatura da guarnição.

Outro episódio aconteceu no mês de setembro, na Câmara Municipal de São Paulo, em que militantes do Comitê se posicionaram contra a entrega da homenagem “Salva de Prata”, à ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), criado durante a Ditadura Militar para reprimir a guerrilha urbana e mais tarde os cidadãos moradores das periferias.

Durante a sessão, um dos policiais presentes na Casa Legislativa anotou o número de telefone e o endereço residencial de um dos militantes em papel a parte e o guardou dentro do próprio bolso, sendo esse um procedimento inadequado, segundo alguns vereadores da casa.

Na última semana, mais uma família passou por uma assustadora violência: desta vez, foi uma tentativa de homicídio (não se sabe se a vítima foi confundida com outra pessoa). Entretanto, o que sabemos é que dois homens em uma moto seguiram e dispararam contra um carro guiado por um casal negro, atingindo o braço da mulher (mãe de um jovem negro de 15 anos). O referido casal é parente de um dos militantes do Comitê.

Recentemente três militantes ligados a organizações que compõem o Comitê foram alvos de racismo, sendo hostilizados, com ataques verbais e ameaças também vindas de agentes policiais.

Infelizmente tais fatos não são episódios isolados. Militantes ligados a movimentos sociais e sobretudo ao movimento negro em todo pais estão sofrendo diariamente com retaliações, perseguições, ameaças e atentados à vida, inclusive tendo suas casas invadidas pela polícia, sem mandado, no meio a madrugada – como ocorreu recentemente com um militante em Salvador.

Diante de tudo isso, percebemos a necessidade de expor e tornar público os fatos para que todos tenham conhecimento da covarde política de criminalização dos movimentos sociais, movimentos negros e seus militantes. Já encaminhamos denúncias formais aos departamentos competentes, seguiremos nossa prática de denúncia da violência e de cobrança do papel ao qual o próprio Estado, em nossa Carta Magna se reserva: a proteção e o bem estar dos cidadãos.

Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica
Apoiam: | Ação Comunitária | Adunesp (Sindicato dos Docentes da Unesp) – Seção Sindical Marília | Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs | Amparar – Associação de Amigos e Familiares de Presos | Ana Karla Moreira Silva – Estudante de Serviço Social – PUC/SP | ANEL | Associação de Favelas de São José dos Campos | Associação de Mulheres Negras Acotirene | Blog – Sp Que Vc Não Vê|  Bruna Lasevicius Carreira – Estudante de Direito – FMU/SP | Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto| Carlos Latuff| CEDECA Interlagos | CEN – Coletivo de Entidades Negras | Centro de Memória do Grande ABC | Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada| COADE (Coletivo Advogados para a Democracia) | Coletivo Anarcafeminista Marãna | Coletivo de Mulheres Negras Louva Deusas| Coletivo Práxis| Comitê pela Desmilitarização | Comitê Popular da Copa SP | Comuna Aurora Negra | Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia – CONEP | CONEN | Escola de Governo | Federação Nacional dos Advogados| Fórum de Hip Hop MSP| Fórum Latino Americano de Combate a Discriminação Racial | Fórum Nacional 13 de Maio | Fórum Nacional de Mulheres Negras | Fórum Sindical dos Trabalhadores-SP | Frente da Feminista USP | Grupo de Mulheres Negras Nzinga Mbandi | Grupo Margens Clínicas| Grupo Tortura Nunca Mais – SP| Instituto Práxis de Direitos Humanos| Intersindical – SP | Juventude às Ruas | Juventude da CONEN| Kilombagem | Mães de Maio | Maçãs Podres | MAP-SP Movimento Anarcopunk de São Paulo | Movimento Terra Livre | Movimento Negro Unificado | MSP – Movimento Pela Saúde dos Povos – Brasil | Nucleo Anarco-Rap | Núcleo de Consciência Negra da USP | Pão e Rosas | Periferia Ativa | Profa Joana Aparecida Coutinho – UFMA | Profa. Laura Camargo Macruz Feuerwerker FSP/USP | Profa. Maria Fernanda| Prof. José Henrique Viégas Lemos – Biólogo da Rede Pública Municipal e Estadual de Educação | Prof. Milton Pinheiro – UNEB | Quilombo Raça e Classe | Quilombo Xis | Rede 2 de Outubro| Rede Lai Lai Apejo Soweto Organização Negra| TRIBUNAL POPULAR:O Estado Brasileiro no Banco dos Réus| UJS – SP | UNEafro-Brasil |

ADESÕES DE ASSINATURAS EM APOIO À NOTA FAVOR ENVIAR PARA: c.genocidiojppp@gmail.com

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Liberdade e Educação

José Evaristo Silvério Netto

Para a Educação, o debate sobre da liberdade é fundamental e sua promoção não se faz sem autonomia. Autonomia (vocábulos: auto – próprio; nomos – regra) é entendida como a capacidade de definir suas próprias regras sem a necessidade de imposição de alguém. A autonomia trabalha com a ideia de uma liberdade estruturada Em-Relação com a cultura e com o outro (os outros). Ainda, autonomia trás implícita uma liberdade relativa por um lado, e por outro a limitação, da relação com o mundo social. Desta forma, eu construo minha autonomia na medida que estruturo minha liberdade na e Em-Relação com a cultura e com os outros.

A estruturação da autonomia nos molda o comportamento através da maneira determinada como nos é sugerido relacionar com a cultura e com os outros.

Em muitos artigos que li, principalmente aqueles balizados por teorias Sócio-Cognitivas, o entendimento é de que a liberdade é uma tendência inata do ser-humano que precisa se relacionar com limites para se estruturar Em-Relação, e daí se discute a função da autoridade para a educação e outras questões importantes. Orientado politica e filosoficamente por tendências críticas, me sinto comprometido com a pergunta: Que, define os limites para a estruturação da liberdade dos nossos alunos, na escola? Com que propósitos? Quem define os limites que balizam a estruturação da liberdade (e da autonomia) das pessoas nos territórios dos movimentos sociais? Com que propósitos? Estes limites são frutos de uma relação necessária com o meio natural e social, ou na verdade esconde em seu bojo interesses de exploração e conquista do Eu?

O Brasil acordou! Quem acordou no Brasil, não acordou por que estava dormindo, por que teve tantos privilégios que pode ter se dado o luxo de dormir? E aqueles que nunca dormiram no Brasil? Como estão sendo moldadas as subjetividades e o senso de autonomia nos territórios do ativismo por justiça e direitos humanos.

Penso que estes são elementos que podem nos dar subsídios para uma intervenção pedagógica crítica. Ainda, contribuem muito para melhor compreensão da lógica de apropriação privada do conhecimento e para o fortalecimento da Teoria Geral da Educação Social, a Pedagogia Social.

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O Trabalho – Grupo de Estudos sobre Economia, política e sociedade

O modo de produção capitalista se aperfeiçoou ao ponto de se tornar insuperável? Não é mais possível uma revolução social? Seremos obrigados a concordar que a história chegou a seu fim?

Para responder a estas e outras perguntas, vimos a necessidade de limpar o terreno da produção teórica atual, impregnada de irracionalismos e vulgarizações de toda ordem, à busca da apreensão, o mais correta possível, da lógica do mundo. Não se trata de estudar por estudar, mas sim, buscar identificar na própria realidade vivida as possibilidades de transformação social que priorizem os trabalhadores e não a lógica macabra do Capital.

Esta empreitada exige grandes esforços e movimentações diversas que vão muito além de um simples grupo de estudos… é a práxis efetivamente transformadora (revolucionária) que se objetiva aqui, mas por hora, mantendo firmes os pés no chão, tal qual um samba de côco, nos propomos a contribuir para a consolidação de um corpo teórico sólido, que ajude a caminharmos (e porque não sambarmos) conscientemente este complexo “terreiro” do “concreto”.

Nessa caminhada, identificamos no debate da Ontologia, ciência essa que vai em busca do por si das coisas – do que o mundo é – , uma excelente norteadora para entendermos as linhas gerais do ser social. Por conseguinte, não é uma tarefa fácil, já que para tal, teremos de percorrer toda história da filosofia, sob o prisma de como os filósofos responderam à questão de como se conhece, apreende, um mundo em constante movimento – transformação.

Porém, não partimos para esse campo de batalha de guarda aberta, ou munidos de um prisma desfocado; mas a partir das contribuições do grande Karl Marx, e de alguns “dragões” semeados e colhidos com o desenrolar da história, como Lenin, Lukacs, Frantz Fanon, Amilcar Cabral, Samora Machel, Angela Davis, Amilton Cardoso, Heleit Safiotti, Clóvis Moura e tantos outros, . Dessa forma, resta-nos parafrasear novamente o mestre Candeia quando o mesmo nos canta: “”Mora na filosofia / “Morô” Maria? / “Morô” Maria?””. Para uma ação revolucionária do conhecimento do mundo.

Este Grupo de Estudos tem como principal objetivo o estudo da sociedade contemporânea a partir da perspectiva do trabalho, e para tal, desenvolve grupos de estudos a respeito dos seguintes temas:

  • Ontologia
  • Capital e Capitalismo
  • Capitalismo, Machismo e Racismo
  • Reestruturação produtiva e Capitalismo contemporâneo
  • Movimentos Sociais
  • Teoria da transição
  • Humanismo X Irracionalismo Pós-moderno